Tríduo pascal dos Liceus: saudação final de Julián Carrón
Nestes três dias, o encontro dos Liceus de Comunhão e Libertação por ocasião da Páscoa. Leia as palavras do presidente da FraternidadeCaros amigos,
quem de nós não experimentou momentos em que lhe parecia tocar o céu com um dedo? Tão contentes, tão plenos estávamos. São momentos únicos, exaltantes, que desejaríamos que ficassem para sempre, porque «nos parecia ter encontrado a chave / secreta do mundo» (F. Guccini, Farewell).
Mas quantas vezes, logo a seguir, parece que «tudo fica em ruínas», como diz uma canção de Gaber (L’illogica allegria).
É a partir desta experiência elementar – que todos fazemos – que surge, urgente, a pergunta que temos sob os nossos olhos nestes dias: «O que é que resiste ao impacto do tempo?». Não podemos responder a esta pergunta com as nossas opiniões, com as nossas reações instintivas. Estas, com efeito, não conseguem oferecer uma resposta à altura da urgência que todos sentimos dentro de nós.
Só um acontecimento, só uma experiência vivida pode ser capaz de responder de forma adequada. Encontrá-la não é um problema de inteligência ou de esforço, mas de atenção. É o que nos recorda don Giussani: «A verdade última é como encontrar uma coisa bonita no caminho: se estivermos atentos, vêmo-la, reconhecêmo-la. O problema, portanto, está na atenção» (O sentido religioso, p. 53).
Mas como conseguir identificá-la, como não errar em reconhecê-la?
«Eis – escreve Kierkegaard no seu Diário – o que é importante na vida: ter visto uma vez alguma coisa, ter sentido uma coisa tão grande, tão magnífica que qualquer outra parece um nada em comparação com ela e que, ainda que nos esquecêssemos de tudo o resto, nunca nos esqueceríamos daquela».
Já vos aconteceu alguma coisa deste género?
Só quem a identifica na sua própria experiência terá a resposta à pergunta que nos fazemos nestes dias e que é “a” pergunta da vida.
Haverá aventura mais fascinante do que encontrar “a” resposta?
Boa aventura!
E boa Páscoa!
O vosso amigo Julián