Peregrinação Macerata-Loreto (14-15 de junho de 2025) - ©www.pellegrinaggio.org

Mensagem por ocasião da Peregrinação Macerata-Loreto

Mensagem de Davide Prosperi por ocasião da Peregrinação Macerata-Loreto nos dias 14 a 15 de junho de 2025

Milão, 9 de junho de 2025

Queridos amigos,

estou grato a todos vocês, organizadores e peregrinos, por se terem disponibilizado a participar neste gesto tão importante para a história do nosso movimento, que pretende ser um contributo para sustentar a missão da Igreja neste dramático momento histórico em que hoje somos chamados a viver.

Em primeiro lugar, somos chamados. Diz don Giussani: «A vida racional do homem deveria estar suspensa do instante, suspensa em cada instante, deste sinal aparentemente tão volúvel, tão casual, que são as circunstâncias» em que nos encontramos a viver (O sentido religioso, Tenacitas, Coimbra 2023, p. 197). Circunstâncias que às vezes parecem difíceis de decifrar, complicadas, até hostis, mas diante das quais somos chamados a estar, como Maria que, diante da dor inocente do seu Filho na cruz, enquanto os apóstolos fugiam, “estava” – Stabat Mater – porque estava diante de uma presença. Para ela, o primeiro chamamento do Anjo não se esgotara; aquela promessa de felicidade, de justiça, de amor que lhe fora anunciada na sua casa de Nazaré, conservada em Loreto, coincidia também naquele momento com uma presença, com Jesus na cruz, e estava destinada a durar para sempre.

Por isso, o vosso gesto é precioso. Devemos pedir a Maria para sermos, como ela, «filha do [seu] filho»: devemos pedir-lhe a graça de sermos verdadeiramente livres, ou seja, de seguirmos a atração de Cristo presente nas circunstâncias, de aceitarmos aquela profunda simpatia que se impõe no encontro com Ele presente “aqui e agora”, mesmo à distância do primeiro encontro. Só isso, com efeito, é que nos permite “estar” diante de qualquer circunstância.
Também nós, como Maria, somos chamados, con-vocados através de um encontro, que para nós assumiu os traços de uma companhia humana que nos alcançou e envolveu: cada um chamado pelo seu nome, portanto, mas juntos. Num mundo cada vez mais marcado pelas divisões entre Estados e culturas, entre povos e pessoas, a nossa unidade constitui um sinal para todos do destino de amor e paz a que todos somos chamados.

É a isso que o Papa Leão XIV nos chama incansavelmente desde o início do seu ministério petrino, quando indicou no amor e na unidade «as duas dimensões da missão que Jesus confiou a Pedro» e nos convidou a ser «um pequeno fermento de unidade, de comunhão e fraternidade»: «Irmãos e irmãs, gostaria que fosse este o nosso primeiro grande desejo: uma Igreja unida, sinal de unidade e comunhão, que se torne fermento para um mundo reconciliado» (Homilia para o Início do Ministério Petrino, 18 de maio).

Não há nada mais urgente do que fazer nosso o desejo que o sucessor de Pedro nos indicou, confiando-nos – como ele fez no próprio dia da sua eleição – a Maria.

Quando Giussani foi em peregrinação a Lourdes em 1992, por ocasião do décimo aniversário do reconhecimento eclesiástico da Fraternidade de Comunhão e Libertação, disse que «toda a vida do mundo, de todos os homens, está ligada, como possibilidade de equilíbrio e de felicidade, de calor e de paz, a esta consciência de sermos filhos, na relação com o seio fecundo da Virgem Maria. A nós, cristãos, é-nos dado isto, como que por acaso, ou seja, por Graça. Mas porquê a nós? Para que o revelemos aos outros! E assim, nesta filiação, estamos diante do mundo. Sim, diante deste mundo: desesperado e cínico, que reconhece como único fator o poder e, portanto, a violência». («A riscoprire una coscienza di figli», Avvenire, 17 de outubro de 1992, p. 1).

Ao peregrinar até a casa de Maria, poderão colocar-se a si mesmos, o nosso movimento e toda a Igreja nos braços da Mãe, certos do seu amor por nós, pedindo-lhe a graça da nossa unidade como profecia de paz para o mundo, segundo as intenções do Papa.

Bom caminho!

Em amizade,
Davide Prosperi