Amizade: é o Seu rosto para mim
«"I am going on an Adventure!", disse o Bilbo Bolseiro, e faço das palavras dele também as minhas. Uma aventura deixar São Paulo e vir para Lisboa, ser voluntária nas Jornadas Mundiais da Juventude.» Testemunho de Raquel Ventura"I am going on an Adventure!", disse o Bilbo Bolseiro, e faço das palavras dele também as minhas. Uma aventura deixar São Paulo e vir para Lisboa, ser voluntária nas Jornadas Mundiais da Juventude. E, assim como aconteceu com Bilbo, tudo surgiu a partir de uma amizade, inicialmente com a Catarina, que me fez esse convite.
No primeiro momento, minha resposta foi a mais lógica possível: "não", mas aquela provocação, inegavelmente despertou algo em mim e que eu não pude ignorar.
E, novamente, da mesma forma que o nosso querido Hobbit, assim que pude, peguei minhas coisas e comecei a jornada, deixando inclusive meu condado pra trás.
Na verdade, sendo totalmente sincera a jornada começou há muitos anos, desde que meus pais se conheceram, eu sou o que chamamos de "filha do movimento". Isso fez com que na minha vida, algumas falas como: “aderir à realidade”, “fazer a experiência”, “desejo do coração” e "muito raciocínio e pouca observação conduzem ao erro e pouco raciocínio e muita observação conduzem a verdade" fizessem parte da minha criação e sendo tão escutadas que, infelizmente, vão caindo no usual e quase perdem o significado depois um tempo.
Contudo, preciso confessar que é a partir desses ensinamentos que eu tenho sido mais capaz de entender que essas não são somente "frases", e sim, algo que se encarnou na minha vida.
A disponibilidade de dizer “sim” ao que vai se apresentando, cada vez torna mais evidente que minha vida não depende apenas da minha capacidade individual, completamente limitada, mas sim da minha liberdade de querer seguir, e de entender que a real liberdade acontece dentro de um caminho proposto por um Outro "que ama nosso destino".
Tudo se deve a uma disposição e abertura, em dizer “sim” diariamente ao que é proposto – o que nem sempre significa ser uma decisão fácil, mas que tem sido um caminho que está me proporcionado muitos encontros.
Encontros que aqui no voluntariado são rostos de pessoas do mundo todo, das mais diferentes culturas e idiomas, mas que tem uma coisa em comum: a fé.
É surpreendente e bonito ver crescer, não só o evento em si, mas uma amizade de verdade entre nós, que me ajuda diariamente a saber para onde olhar, e tenho a certeza que irá durar para sempre.
Porque é claro, sendo católicos a tal da vida eterna é a nossa principal preocupação (ou pelo menos deveria), e com essa amizade, hoje eu começo a viver a vida eterna, não em plano post mortem, mas enquanto eu vivo!!
E como escutava em diversas missas da fraternidade após a comunhão, a música que me acompanha e me dá ainda mais certeza do que eu vivo é:
"Sempre lembrarei o dia em que me chamou
A sua mão na minha, pra me guiar
E me deu um nome que é demais para mim
E uma promessa ao meu viver."
Raquel Ventura