A companhia, o essencial e o dar-se conta

Publicamos algumas cartas de vários amigos, escritas nestes tempos...

Uma companhia que se torna Companhia
Quando encontrei o Movimento, ia frequentemente a Lisboa, ali a comunidade espantava-me, ajudava-me muito, e eu ia para poder viver melhor aqui em Aveiro. A certa altura, surpreendi-me porque mesmo aqui em Aveiro, na nossa pequena comunidade, com gente que vai e que vem, começou a acontecer comigo o mesmo que acontecia quando ia a Lisboa. Aí percebi que Cristo está entre nós, mas também quando estou sozinha na minha cidade sem ninguém do CL. Esta "amizade" está sempre comigo. Com o tempo, comecei a entender que a nossa é uma companhia que se torna Companhia, no quotidiano..
Cristina, Aveiro


Fundados no essencial
Tem-me comovido o trabalho dos professores nestes dias. Temos uma nova forma de trabalhar e de nos relacionarmos, quer entre nós, quer com os nossos alunos e famílias. Estes dias confirmam a humanidade de cada um e como vivemos o nosso trabalho como uma verdadeira vocação. Ninguém se esconde, todos percebem o que está em casa e todos se colocam ao serviço. Fica claro que esta Obra não é nossa, que estamos nas mãos Dele. Resta-nos rezar mais, como o padre João nos pediu, sermos verdadeira companhia uns para os outros e sermos mais originais, ou seja, caridosos!
Muitas pessoas percebem agora quem nós somos, o nosso carisma. Tem sido uma oportunidade ótima para nos ligarmos uns aos outros, fundados no essencial, Nele.
Bruno, Lisboa

Dar-se conta
Uma destas manhãs na deslocação para o trabalho, a pé, sozinho pela rua, ao passar junto de umas árvores oiço o chilrear dos pássaros numa sinfonia alegre e contagiante.
Algo que não ouvia há muito tempo neste local movimentado. O ruido dos carros calava este som maravilhoso.
Pensei logo ao ouvir este som alegre que Deus me brindou, naquele caminho, naquele instante, só para mim, revelou a sua companhia para me afastar o medo neste início de dia.
Afinal a pandemia já tinha começado com os nossos “vírus”.
Do barulho da máquina ao som da criação divina, neste tempo, Deus educa-nos a proteger a sua obra (Homem e Natureza)”
José Higino, Alverca