Uma coisa que se encontra
Na simples observação dos clientes num qualquer café da cidade...Conheci o Movimento através de um grupo de pais e amigos de alguns dos colegas de aula dos meus 2 filhos e que estudam todos nos mesmo colégio.
Este grupo de pais ligados ao Movimento tem por hábito tomar um pequeno almoço rápido num dos cafés que ficam perto do colégio. Entre cafés e bolos a amizade entre nós foi crescendo e inclusive começámos a ter alguma amizade com o proprietário do referido estabelecimento, que todas as manhãs nos servia e ficava atrás do balcão a observar e a ouvir as nossas animadas discussões sobre variadíssimos temas, uns mais sérios outros nem por isso.
Durante as férias escolares, o grupo deixa de frequentar o referido café mas eu como sou vizinho do mesmo, continuo a ir tomar o pequeno almoço.
Num desses dias de Verão, o senhor, o ora proprietário do café, aproximou-se de mim e perguntou onde andava o grupo? E em tom de confidencia disse algo de extraordinário: “Não sei o que vejo em vocês mas tenho que lhe dizer que vocês são diferentes, são pessoas diferentes e de quem eu gosto muito! Tenho muitos clientes mas este grupo de pais e amigos é diferente, tem algo de diferente que não consigo explicar...”.
Fiquei sem palavras ao ouvir aquele comentário e apenas lhe disse que ele estava cheio de razão e que quando regressássemos de ferias iríamos voltar ao pequeno almoço diário e às animadas conversas matinais.
De facto aquele senhor de postura simples fez um comentário sobre algo que nunca me tinha ocorrido: “qual a imagem que os outros têm de nós? O que passamos para o exterior?”
E a resposta é simples: somos diferentes tal como aprendemos com o Carron na JIA (Jornada de Início de Ano) 2019 que ao descrever um episódio ocorrido em Salvador da Baia contou: (alguém lhe tinha confidenciado as razões para pertencer ao Movimento) “Conheci as pessoas do CL aqui em Salvador. Fiquei porque vi uma coisa diferente, algo que me correspondia. Talvez não tivesse permanecido na Igreja se não fosse por este lugar porque comecei a olhar a realidade de uma nova maneira e ter um novo olhar, um amor maior.”
Penso que tudo isto resume a diferença que é notada por todos, é uma diferença que resulta do facto de termos sido “magnetizados” por Ele e como nos ensina D. Giussani: o homem para crescer verdadeiramente “precisa de ser provocado ou ajudado por uma coisa diferente dele, objectiva, por uma coisa que ele encontra” nem que seja na simples observação dos seus clientes num qualquer café da cidade...
Pedro, Lisboa