Ter a consciência das razões pelas quais fazemos as coisas

Uma amiga, impactada com o que tinha lido da Vida de don Giussani, contou-nos este episódio...

Numa das últimas aulas de catequese que dou ao primeiro ciclo, os alunos estavam de tal modo barulhentos e distraídos que decidi terminar a aula antes do final, pensando “recuso-me a dar aula nestas condições”. Na semana seguinte estava cheia de trabalho, cansada e com muito pouca vontade de ir dar aula. No entanto, fui.

Enquanto caminhava para a escola pensava “mas tu, porque vens dar a aula?”. E nesse momento lembrei-me de don Giussani quando entrava no Liceu Berchet. Ele tinha plena consciência da razão pela qual o fazia. Eu não tenho essa consciência, mas percebi que a razão pela qual ia dar catequese era porque queria que aqueles miúdos se apaixonassem por Jesus, como Jesus está apaixonado por eles. Que se apaixonassem por Cristo tal como eu estou apaixonada por Ele e Ele por mim. Porque realmente viver a vida com Jesus, não é o mesmo que viver a vida sem Ele.

Se tive a graça de O encontrar, não posso desejar menos para os outros, sobretudo para aqueles miúdos que me foram dados e cujo destino aprendi a amar. Nesse dia fui dar aula com uma alegria e tranquilidade que continuou durante toda a semana, no meu trabalho e na minha relação com os meus colegas e amigos. O saber dar as razões pelas quais faço as coisas é importante, mas isso só foi possível neste caso porque Jesus me desafiou e desafia todos os dias, nomeadamente quando estou com os meus alunos.
Maria João, Lisboa