1. OLHAR PARA MIM COMO PESSOA
A escola era um sítio onde sentia que não me viam como pessoa. Para os professores eu era as notas que tinha, o que estava no processo, não interessava quem eu era para além daquilo que conseguia mostrar nos testes, nos trabalhos e ao participar nas aulas. E quando na escola de comunidade falámos de que para vermos os colegas como pessoas tínhamos de nos ver primeiro a nós como pessoas eu expus este problema: como é que eu me podia ver como pessoa no sítio em que menos sentia que era visto assim?
Depois, na semana seguinte, houve uma visita de estudo em que tive uma conversa com a minha antiga professora de português como se fosse qualquer outra amiga minha! Ela perguntou-me pelas aulas, pelo coro, pelos gestos do movimento, falei-lhe de tudo isso e ela mostrou-se mesmo interessada em ouvir. Ouviu-me a mim e às minhas amigas, sempre a perguntar mais. Mesmo já não sendo nossa professora mostrou que gostava de nós, um verdadeiro interesse, uma relação humana, ela via-nos como pessoas!
Este olhar trouxe-me imensa alegria, mas agora debato-me com o facto de ter de procurar esta humanidade em mim e nos outros, mesmo quando ela nem sempre é procurada em mim pelos outros.Catarina

2. A ENTREGA DE TUDO
No Verão fui à “Cometa” (associação com sede em Como, Itália, que acolhe menores em comunidades familiares, nde): foi sem dúvida uma experiência fantástica! Lá conheci a Elisabetta, uma mãe de família que sem saber teve uma importância especial para mim. Vê-la em acção foi algo que me impressionou, porque tudo o que ela fazia, desde a coisa mais simples até planear um almoço com 200 pessoas, tudo era feito com a máxima perfeição. Ao início não reparei, mas ao longo dos dias percebi que com ela era tudo feito assim, até em casa dela estava tudo arrumado e no lugar, mesmo com 10 filhos… O que me fez pensar o porquê de tudo isto. Então percebi a verdadeira razão da Cometa ser uma coisa grande, bonita e organizada. Porque tudo o que cada um que lá faz não o faz só por fazer mas fazendo-o para Cristo. É como se se entregassem totalmente à vontade de Nosso Senhor. Agora também quero dizer ”faça-se em mim segundo a vossa vontade”.
Carlota

3. O DESEJO DE INFINITO
Deus criou-nos tão bem que fez com que o meu coração deseje sempre mais, o infinito. Eu que nunca tinha estudado e vivia à espera da sexta-feira e das férias, quando estas finalmente chegavam eu continuava a não ser feliz. Então este ano comecei a abrir os olhos e a fazer aquilo que Deus me pede todos os dias: vivi, comecei a estudar e agora sei que é a única maneira de estar perto de Cristo, fazer aquilo que me é pedido e viver intensamente todos os dias e cada dia. Agora já não tenho de viver à espera das férias. Como isto não é óbvio ou fácil, preciso de rezar e pedir ajuda a Deus (rezar é tomar o caminho da ação, como disse o papa Bento XVI) todos os dias. Para me lembrar de rezar, pendurei uma cruz no tecto sobre a minha cama e assim quando acordo a primeira coisa que vejo é a cruz. Desta maneira lembro-me não só que Ele me ajuda a levar a minha cruz, como também lhe peço que me abençoe e ajude a viver intensamente o meu dia e a fazer tudo o que me é pedido.
Carminho