Muitas vezes não sabemos bem o que fazer, como agir, o que dizer, por forma a que os outros se sintam verdadeiramente nossos irmãos.
É nessas alturas que temos dúvidas e incertezas, que Deus nos interpela e nos faz fazer, agir e dizer aquilo de que não nos sentíamos capazes. Faz-nos dar passos para os quais não sentíamos força, mostra-nos caminhos até então desconhecidos e leva-nos mais longe e mais alto.

No último fim-de-semana foi tudo isto que sentiu quem esteve directamente envolvido na primeira campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar Angola.
Os voluntários eram poucos, os meios escassos e a experiência quase nula. Em contrapartida a vontade era muita, a motivação imensa, e Deus fez-se sentir.

Recolhemos, transportámos e armazenámos mais de dez toneladas de alimentos oferecidos com muita generosidade pela população de Luanda, por dez supermercados da cidade. Os voluntários foram incansáveis na sua dedicação, angolanos e portugueses, trabalharam durante um fim-de-semana sempre com alegria e mostraram que quando se trata de fazer o bem não interessa a nacionalidade, a formação ou a idade, mas sim o interesse pelo próximo e pelo bem da comunidade.

Foi um tempo rico de emoções, de surpresas e de conhecimento. Foi um tempo em que não pensámos em nós e que estivemos completamente disponíveis para os outros.

A Alegria do Evangelho, do encontro com os outros e com Jesus, encheu o coração de todos aqueles que se juntaram para dar um pouco mais a quem muito falta, tornando-nos mais irmãos.

Manuela, Luanda, Angola