O ESSENCIAL

A consequência contingente de olhar para Ele, de olhá-Lo falar, de ir atrás d'Ele, é que se vive melhor - melhor - não resolve, mas vive melhor até os problemas da sua humanidade

Amigos, o meu filho João Maria fez ontem 6 anos. Porque queria muito estar com ele nessa noite para cantar os parabéns e comer o bolo (um bolo especial com muito chocolate e com ovos moles a pedido dele) solicitei aqui no meu trabalho que não fosse ontem para uma reunião na Alemanha. E assim fiquei. Quando ontem cheguei do trabalho a casa por volta das 19h30 o João Maria já dormia pois estava estoirado com o dia intenso que havia tido! Tentamos acorda-lo mas sem conseguirmos. Cancelamos a ida dos avós e de uma amiga lá a casa e vamos tentar que seja hoje o dia de celebrarmos o aniversário…



Ontem à noite, por volta das 24h00, recordei-me disto e que essa seria a hora em que estaria a chegar da Alemanha caso tivesse ido. Achei muito curioso este facto pois o João Maria não tinha estado comigo e eu também não tinha ido para fora. Claro que ainda por instantes achei que teria feito melhor em ter ido à Alemanha mas logo percebi que a vida não é feita para determinismos deste género. Cada decisão nossa é para um Amor maior e é disso que fazemos a nossa eternidade; e é isto que eu levo comigo, o facto de eu ter dito sim em querer estar no aniversário do João independentemente se depois as circunstâncias o não permitiram. E isto torna-me mais livre das circunstâncias.



Mas percebo isto melhor porque faço EC.



O texto abaixo, de D. Giussani, que foi dito pelo P. Carrón nos Exercícios de fraternidade, no final do ponto 4 da lição de Sábado de manhã toca-me profundamente: Sem isto não se percebe nada na vida e nada se constrói, tudo destruímos como por exemplo o meu desejo de estar com o João Maria pode ser destruído pela circunstância de por uma lógica achar que teria sido mais conveniente ter ido à Alemanha.



"A consequência contingente de olhar para Ele, de olhá-Lo falar, de ir atrás d'Ele, é que se vive melhor - melhor - não resolve, mas vive melhor até os problemas da sua humanidade: quer bem à sua mulher, sabe como querer melhor aos filhos, quer mais a si próprio, gosta dos amigos mais do que os outros, olha para os estranhos com uma gratuidade...olha o tempo com esperança e por isso caminha com energia; usa tudo para poder caminhar e fazer caminhar também os outros..."

António