TRINTA ANOS DE SERENIDADE NO MEIO DA DOR

Amigos, não sou do movimento, mas leio a Tracce que o meu médico me põe sistematicamente na caixa do correio.

Em cada carta que leio, encontro a vontade de confirmação da presença do Senhor na nossa vida. Estou de acordo com a Anna [ver Caro colega...] que, finalmente, conseguiu testemunhar a riqueza de vida dos jovens deficientes. Também a Michela, a minha filha, é deficiente. E há 31 anos que vemos coisas grandes à sua volta. A serenidade que inexplicavelmente invade a minha pequena família é disso um testemunho contínuo. Nós só devemos acrescentar que não vem de nós, é-nos dada. Uma serenidade cheia de dor. É possível? Sim, faz parte do mistério Sei o que quer dizer, como mãe, «uma espada irá trespassar-vos a alma», porque isso é plenamente vivido. Às vezes tenho que me forçar para dizer :«Seja feita a Tua vontade». Preferia a minha. Mas faço-o. Arrisco. Porque «a quem iremos Senhor?». Todos vocês procuram a Sua intervenção todos os dias. Procuram vê-Lo naquilo que vos acontece. E fazem bem, porque é assim. Mas às vezes não chega. Por isso fiz uma escolha e grito: «Senhor, a maior parte das vezes não te percebo, mas seja feita a Tua vontade. Faz, Senhor, que eu vá até ao fim e possa dizer-te no último dia: "Tudo foi realizado"».

A mãe da Michela