PEREGRINAÇÃO DOS LICEUS A FÁTIMA

Este ano, optou-se por fazer a peregrinação a Fátima pelas montanhas e não pela estrada. Sabia que ia ser mais cansativo, mas não seria por isso que ia deixar de ir.

Além do mais, a companhia dos liceus mostrou-me que quando temos amigos verdadeiros ao nosso lado nem damos pelo tempo passar e quando reparei já tinha feito uma boa parte do caminho.
Logo de manhã, antes de começarmos a caminhar, entregavam-nos umas folhinhas para lermos e reflectirmos nas escolas de comunidade; numa delas dizia que quando seguíamos verdadeiramente O Outro, fazíamos "com uma atitude que gera segurança e alegria", pois ficamos mais disponíveis para o querer aprender, perceber aquilo que nos rodeia, e com vontade de compartilhar isso com todos. Uma das coisas que mais gostei nesta peregrinação foi a paisagem que pudemos desfrutar enquanto caminhávamos. Era belíssima a Natureza, e perguntava-me vezes sem conta como é que nunca tinha reparado que há coisas tão bonitas, e que nem é preciso irmos para muito longe e descobrirmos isso. Como é que era possível que no meu dia a dia nunca me tivesse dado conta disso?
A única coisa que conseguia pensar no momento da assembleia, no final da peregrinação, era que Deus era mesmo grande ao ponto de me fazer caminhar quando já estava cansada e com os pés a doerem-me. Quando cheguei da peregrinação, decidi que queria mesmo mudar a minha atitude. Há uma frase que diz : " Não contes os dias. Faz com que os dias valham a pena" . Pus-me a pensar nela e concluí que é assim mesmo que eu quero viver, e por isso, comecei a rezar de manhã pedindo a Deus que faça com que os meus dias valham a pena e que eu nunca me esqueça que Deus está sempre comigo em tudo o que eu faço, quer em casa com a família, quer na escola com os amigos. Cheguei também à conclusão de que os amigos que fiz nos liceus são aqueles que irão permanecer na minha vida, e que eu própria quero que fiquem e cada vez faz mais sentido seguir este Deus e fazer parte dos CL.
Rita, Alverca

Este ano a nossa peregrinação a Fátima com os Liceus foi uma experiência extraordinária. Acompanhava-me a frase do Papa Francisco: "Deus surpreende sempre" e talvez por isso esses dias foram verdadeiramente únicos. O percurso deste ano era pelo meio da natureza, rodeava-nos uma beleza imensa, que se tornava mais presente do que nunca nos momentos de silêncio.
O que me impressionou mais nessa beleza foi o facto de poder encontrar nela aquela "única coisa necessária" que se torna fundamento de tudo o que fazemos, Aquele que me faz deixar de andar inquieta e perturbada com muitas coisas, focando-me apenas no essencial. Durante a escola de comunidade, nos testemunhos e nos momentos de silêncio, tudo ajudava a pensar seriamente em cada uma das coisas que iam acontecendo e assim, durante aqueles quatro dias, a viver melhor e ter plena consciência da minha vida. Deste modo, embati fortemente no facto de Deus ser "uma presença encontrável" e que O tenho vindo a descobrir cada vez melhor seguindo esta companhia. Deixando-me surpreender, indo e vendo como João e André, tenho verificado ao longo do tempo que seguir um Outro é possível, satisfazendo o enorme desejo de uma vida extraordinária!
Laura, Lisboa

Todos os anos me fizeram a mesma pergunta: queres vir à peregrinação? A minha resposta sempre foi a mesma: vou pensar e depois dou uma resposta. Os anos foram passando até que este ano, mal recebi a proposta, disse que sim. Nem perguntei aos meus pais! No primeiro dia da peregrinação ainda pensei que se talvez nao devesse ter ido, mas, com o passar dos dias, as coisas foram-se alterando. Percebi que, apesar de ser desconhecido para todos, todos vieram falar comigo. O sentimento de solidão e de estranheza acabou nas primeiras horas e parecia que conhecia há anos todos aqueles que tinha conhecido há tão pouco tempo... Ao contrário de outros nao posso dizer se a peregrinação foi diferente dos anos passados ou não, apenas posso falar por mim e dizer que estes 4 dias da minha vida valeram mesmo, e que me fizeram ver tudo o que perdi nos últimos anos! Esta peregrinação também me fez abrir os olhos e perceber que o que está à minha volta não é apenas o sítio onde vivo: quão bela é a natureza, e quão extraordinário é tudo o que me rodeia!
André, Lisboa