O MEU "ANJINHO" BAPTIZADO PELO PAPA

Agora é teu para a eternidade. O Senhor volta a dar-to como um anjinho, que vela por vocês e pelos irmãozinhos que hão-de vir.

No Domingo passado, perdi o bebé que esperava, estava de cinco meses. A dor pela perda, completamente inesperada, é grande. No dia seguinte, quando o despertador tocou, perguntei-me para quê levantar-me, nunca me tinha acontecido. Eu e o Matteo perguntávamo-nos continuamente o que Jesus nos estava a pedir através deste sofrimento. E logo nestes primeiros dias estamos a experimentar que esta criança, ainda que por poucos meses e duma forma diferente da que tínhamos em mente, é um testemunho d'Ele para a nossa família. Dou-me conta de que antes de me ter sido tirado, me foi dado, e portanto desejado. Outra coisa que me a fazer pensar muito é olhar para a fotografia do Papa Francisco a abençoar a minha barriga quando fomos a Roma para o encontro de casais. Este gesto de vez em quando faz-me zangar, porque eu pensava naquela bênção como uma "garantia" sobre a criança. Por outro lado, alguns amigos fizeram-me reparar que aquele gesto equivale ao Baptismo. Vejo como volto sempre a cair nos meus esquemas, e como em vez disso os planos de Jesus são diferentes dos meus. Mesmo na dor, nunca nos sentimos abandonados por Jesus. O Seu abraço desta vez não é imediato, mas está cá, e isto dá-nos esperança. Eis a mensagem que recebi da minha médica, fonte de contínua conversão para mim e para o meu marido nestes dias: «Querida Franci, o teu pequenino foi-te confiado por pouco tempo. Gozou a alegria do teu acolhimento, feliz por estar dentro de ti. Agora é teu para a eternidade. O Senhor volta a dar-to como um anjinho, que vela por vocês e pelos irmãozinhos que hão-de vir. Confia-o a Maria, a mãe de todos, enquanto esperas encontrá-lo, e viver a alegria eterna da comunhão».

Francesca