CINCO MINUTOS DE COMPANHIA VERDADEIRA

Ontem fiz Escola de Comunidade, retomando o oitavo capítulo e a Página Um . Como acontece tantas vezes, quando voltei para casa já tinha "arquivado" tudo...

Hoje, à saída do trabalho para o almoço, reparei que na esquina do meu escritório estava um rapaz de cor a pedir esmola. Uma coisa me impressionou nele: a discrição com que se dirigia aos transeuntes. Tinha um papel na mão e era evidente o seu embaraço. Todos o ignoravam e também eu, quando passei próximo dele, fiz de conta que não o via. Mas não fiquei sossegado. Quando me dirigia para o carro, veio-me à cabeça o que disse o padre Carrón na diaconia regional: «Desafio cada um de vocês a verificar se em todas as nossas respostas às provocações temos presentes todos os factores enunciados neste capítulo. E poderemos descobrir se são capazes de despertar a pessoa na realidade». Aqui está o ponto: a pessoa, a paixão pelo homem. A paixão de Jesus pelos homens, por mim. Se Jesus para salvar a pessoa insistia na relação com o Pai, quem sou eu para negar àquele rapaz a possibilidade desta relação? Já estava a pôr o carro em funcionamento, mas fiz uma coisa que até há pouco tempo nunca teria pensado fazer: voltei para trás e olhando aquele rapaz nos olhos, perguntei-lhe quem era, de onde vinha e outras coisas mais. Foram poucos minutos, mas verdadeiros, e quando nos despedimos agradeceu-me com um grande sorriso, não pelo meu auxílio económico, mas por aqueles cinco minutos de companhia que o fizeram sentir-se uma pessoa. Incrivelmente, tinha o coração transbordante de alegria, aquele sorriso tinha-me salvado o dia: fiz experiência daquele "isto convém-vos" de que falava Jesus.
Roberto, Luino (Varese)