«NO MEIO DAS DIFICULDADES, HÁ ALGUÉM QUE ME QUER BEM»
Durante o período turbulento do desemprego e agora, numa situação "instável", pude aprender com maior certeza a reconhecer-me filhoO editorial de Fevereiro e o tema da difícil procura de trabalho levam-me a tomar uma posição. Faço-o contando o que se segue. Fui despedido duas vezes e em ambos os casos o despedimento, meu e dos meus colaboradores, não aconteceu devido a razões ligadas com a crise empresarial, mas por motivos de ordem financeira alheios à própria actividade laboral. Depois de dois longos períodos de desemprego, comecei há um mês a trabalhar com um contrato por tempo determinado. Durante o período turbulento do desemprego e agora, numa situação "instável", pude aprender com maior certeza a reconhecer-me filho, a encarar qualquer circunstância da vida certo do facto de que esta tem alguma coisa que é para mim; e esta "alguma coisa para mim", nas dificuldades laborais, foi um crescer da consciência, cheia de gratidão serena, de ser filho, ou seja, de estar acompanhado, em qualquer momento turbulento, por Um que não deseja senão o meu bem. A trama de relações em que me encontrei inserido não é senão o emergir, discreto e concreto, desta ternura da qual, agora mais do que nunca, me sinto objecto.
Andrea, Milão