Caravaggio, Nossa Senhora dos peregrinos (detalhe). Santo Agostinho, Roma. ©️ Foto Scala, Florença.

Natal 2022. O vídeo do manifesto de CL

Um particular de "Nossa Senhora dos peregrinos", de Caravaggio, acompanha as palavras de don Giusssani e do Papa Francisco

«Para mim, tudo aconteceu como a surpresa de um “belo dia”, quando um professor do primeiro ano do liceu – tinha eu quinze anos – leu e explicou a primeira página do Evangelho de São João. “O Verbo de Deus, ou melhor, aquilo de que tudo consiste, fez-se carne”, dizia, “então a beleza fez-se carne, a bondade fez-se carne, a justiça fez-se carne, o amor, a vida, a verdade fez-se carne: o ser não está num hiperurânio platónico, fez-se carne, é um entre nós”. Bem, isto é tudo. Porque a minha vida desde muito jovem foi literalmente investida por isto: seja como memória que persistentemente tocava o meu pensamento, seja como estímulo para um resgate da banalidade quotidiana. O instante, desde então, deixou de ser banalidade para mim. Quando um tão “belo dia” acontece e vemos de repente algo belíssimo, é impossível não o dizer ao amigo próximo, é impossível não nos pormos a gritar: “Vejam lá!”. Foi assim que aconteceu.»
Luigi Giussani

«Quando era jovem, com apenas quinze anos, fora fulminado pela descoberta do mistério de Cristo. Ele intuíra – não só com a mente, mas com o coração – que Cristo é o centro unificador de toda a realidade, é a resposta a todas as interrogações humanas, é a realização de todo desejo de felicidade, de bem, de amor, de eternidade presente no coração humano. A maravilha e o fascínio desse primeiro encontro com Cristo nunca mais o abandonaram. Como disse o então Cardeal Ratzinger em suas exéquias: “Manteve sempre fixo o olhar da sua vida e do seu coração voltado para Cristo. Deste modo, entendeu que o cristianismo não é um sistema intelectual, um pacote de dogmas, um moralismo, mas que o cristianismo é um encontro, uma história de amor, é um acontecimento”. Aqui está a raiz do seu carisma. Dom Giussani atraía, convencia, convertia os corações porque transmitia aos outros aquilo que trazia dentro de si depois daquela sua experiência fundamental: a paixão pelo homem e a paixão por Cristo como realização do homem.»
Papa Francisco