Aproximamo-nos deste acto eleitoral depois de, nas eleições regionais anteriores, em 2014, terem votado apenas 1.304.841 pessoas, representando 37,71% dos 3.460.402 eleitores. A política dos partidos nos últimos anos contribuiu certamente para originar uma desconfiança generalizada na classe dirigente. Não é por acaso que se tem muitas vezes recorrido ao Presidente da República como garante institucional numa situação de incapacidade da política de desenvolver competentemente a sua obrigação. O Censis, no seu último relatório, salienta que a hesitação é o estado de espírito predominante em 69% das pessoas. À pergunta sobre se os cidadãos ainda confiam no próximo, 75% respondeu de modo negativo; 48% mostrou até uma inclinação antidemocrática: é favorável a um só homem forte no poder. As respostas tradicionais a nível social e institucional já não parecem ser suficientes. É fácil queixar-se da política, do sistema, dos outros, raramente reconhecendo o desinteresse, a falta de disponibilidade e o fechamento que nos caracterizam.

É possível começar de novo? Por onde?


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