Alegremente atingidos por uma presença

A celebração dos 40 anos de padre do Padre João Seabra: Fátima, a missa e o livro.
Madalena Fontoura

O Padre João Seabra fez 40 anos de padre no passado dia 5 de novembro. Passou o dia em Fátima. A primeira celebração foi nesse lugar incomparável de encontro com Jesus que é o Coração de Nossa Senhora.
Uma semana depois fazia 40 anos da sua Missa Nova. E foi nesse dia 12 que abriu os braços para nos receber na festa do seu sacerdócio, deixando assim que esse dia testemunhasse o padre que é: um homem que não se pertence, que é todo dado e que gerou um povo nessa sua entrega a Cristo de um coração sem divisão.

Há 40 anos a missa foi em Santa Isabel, a sua paróquia. Agora foi outra vez na sua paróquia, Santa Joana Princesa, a sua nova casa. Por todas as razões e também por essa, foi outra vez Missa Nova. Vieram padres de longe e de perto, vieram os seus seminaristas, encheram o presbitério os seus acólitos. O coro guiou o canto de uma história tão antiga e tão nova. E a igreja encheu-se de gente comovida. Estavam os de sempre, os recém-chegados e os outros, estavam amigos de todos os anos destes 40 anos.

Na homilia o Padre João, com uma voz funda e clara, reafirmou-se servo da Verdade e fiel à missão da Igreja de levar os homens a Cristo: o caminho da Igreja é o coração do homem e o caminho do coração do homem é Cristo. Agradeceu a misericórdia e pediu misericórdia, dela dando, assim, anúncio e testemunho.
No final chegou uma carta do Padre Julián Carrón: Que Nossa Senhora de Fátima continue a acompanhar-te… Desejo que te identifiques cada vez mais com Cristo. Estava tudo dito e celebrado, era festa bastante, os corações estavam cheios. Mas ainda assim, havia mais. Havia o livro.

O José Maria Seabra Duque e o António Maria Pinheiro Torres desencadearam uma aventura literária, possível em tempo recorde graças ao Henrique Mota. Além do prefácio do Senhor Dom Manuel Clemente e do posfácio do Cónego Armando Duarte, setenta amigos, uma pequena amostra dos que podiam ter sido, disseram o que lhes ia na alma sobre o Padre João. Havia histórias, havia descrições, havia confidências, havia gratidão e alegria. Um livro que testemunha um método: de ser cristão, de ser padre, de amar os homens, de abraçar o mundo.

A apresentação do livro do Auditório de Santa Joana princesa

No auditório da paróquia, apinharam-se, literalmente, centenas de pessoas. O Padre Duarte da Cunha, anfitrião, deu as boas-vindas. Depois falaram o editor, os coordenadores, os apresentadores, todos gratos, todos felizes, todos alegremente atingidos pela presença do Padre João nas suas vidas.
O Presidente da República encerrou a sessão com uma intervenção que quis dividir em dois momentos: o amigo de toda a vida e o Chefe de Estado. Evocou os pais do Padre João, falou com amizade dos irmãos, lembrou façanhas da vida académica, fez o retrato do seu companheiro de muitas batalhas. Disse que era na qualidade de Presidente que destacava o impacto do contributo do Padre João na comunidade e assumia o dever do reconhecimento nacional, que pretende expressar numa condecoração, que escolheu aquela ocasião para anunciar. Marcelo Rebelo de Sousa era também, como todos nós, um amigo agradecido e uma vida tocada por aquela amizade.

Ficámos por ali horas perdidas, ninguém queria ir-se embora, o serão estava quase a dar lugar ao dia seguinte quando os últimos se despediram. Todos levávamos no coração as palavras do Padre João: Deus deu-me o dom de gostar das pessoas, outra coisa não quis e não quero se não levá-las para Cristo.