Não são os outros que criam os problemas, os outros tornam-nos conscientes dos problemas que temos

Uma entrevista ao presidente da fraternidade de Comunhão e Libertação da revista espanhola "Jotdown"
Ángel L. Fernández Recuero

Em que sentido é que a sociedade ocidental se encontra perante uma crise antropológica?
Estamos a ver isso a acontecer debaixo dos nossos olhos; vemos como estão a ruir alguns pilares que julgávamos intocáveis. Pensemos nos imigrantes, na reação de muitas pessoas em relação ao fenómeno dos refugiados. Quem poderia imaginar, há apenas algumas décadas, que poderíamos construir muros na Europa, depois de termos desejado durante tantos anos derrubar o muro de Berlim. Pensemos no vazio que domina na sociedade, e que acaba por se poder transformar, como vemos, em terrorismo e em violência. Ou então olhemos para a forma como reagem os Estados Unidos ou a Europa perante os grandes desafios do nosso tempo. Esta situação, como dizia Bauman, gera insegurança e medo.

Ruíram valores? É negativo o facto que ruam esses valores?
O que são os valores? São as qualidades que nos tornam pessoas melhores. A liberdade, a generosidade ou a solidariedade são coisas bastante preciosas e fundamentais na nossa civilização. Os valores permitem-nos abraçar a diferença do outro, tornam mais fáceis para nós as relações com os que são diferentes de nós, permitem-nos sair dos nossos esquemas pré-definidos, em suma, tornam a vida mais humana, menos dura.(...)


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