MONS. LORENZO ALBACETE (1941-2014)
ÀS COMUNIDADES DOS ESTADOS UNIDOSFaleceu em 24 de Outubro passado Monsenhor Lorenzo Albacete. Para muitos em Portugal este sacerdote, teólogo, cientista e escritor norte-americano dispensa apresentações. Foi um dos pilares do movimento Comunhão e Libertação nos Estados Unidos, cuja história marcou profundamente, e um dos principais protagonistas da vida da Igreja norte-americana contemporânea. Escreveu para o New York Times Magazine, o New Yorker, o New Republic, colaborou com frequência na CNN e PBS, publicou numerosos livros. Publicamos a carta que o Padre Julián Carrón, Presidente da Fraternidade de CL, escreveu às comunidades dos Estados Unidos por ocasião da sua morte.
Queridos amigos
A vida de Monsenhor Albacete cumpre-se, hoje, diante do rosto bom do Mistério que faz todas as coisas e floresce na letícia que sempre víamos nele. A descoberta de don Giussani determinou de tal maneira a sua vida que o fez pedir para servir o Movimento nos Estados Unidos, testemunhando-o na dramática fronteira do encontro entre a fé e uma modernidade em busca de significado. É um encontro que ele procurou com todos, desafiando a intelligentsia norte-americana apenas com a arma do seu testemunho de homem arrebatado e transformado por Cristo na sua razão e liberdade.
Por isso, aplicam-se ao nosso caríssimo Lorenzo as palavras do Papa Francisco na Evagelii gaudium: “Os cristãos têm o dever de anunciá-lo, sem excluir ninguém, e não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha uma alegria, indica um horizonte fantástico, oferece um banquete apetecível. A Igreja não cresce por proselitismo, mas ‘por atração’”. E não há dúvida que a sua atração era tal que quem o encontrava ficava seu amigo, porque mostrava a beleza e a utilidade da fé para enfrentar a urgência do viver.
Com o seu trabalho incansável mostrou-nos como a fé se pode tornar “inteligência da realidade”, com uma capacidade de reconhecer e abraçar quem quer que seja, sem equívocos ou ambiguidades, por amor à verdade que há em cada um. E com o seu sofrimento recordou-nos que nenhuma circunstância, nem mesmo a mais difícil e cansativa, pode impedir o diálogo quotidiano do eu com o Mistério.
Peçamos a Dom Giussani, que agora o reencontra como amigo para sempre, que lhe obtenha aquela paz que é sinal de uma vida que repousa no eterno. E a Nossa Senhora, que Monsenhor Albacete havia reconhecido como Aquela que lhe fizera encontrar don Giussani, que o torne partícipe do sorriso do Eterno.
Rezemos todos e cada um para viver à altura do seu testemunho, para recolher a sua herança no seguimento do Movimento dentro da Igreja.
Milão, 24 de Outubro de 2014