Educar para a eternidade

A unidade entre a vida do movimento e a educação dos filhos

No sábado dia 24, eu e o meu marido fomos ao retiro do CL e os nossos filhos, de 12 e 13 anos ficaram, com a minha mãe, em Sesimbra.

O meu marido estava com dúvidas se deveria ir ao retiro pois para ele não é completamente evidente a unidade entre a ida ao retiro e a consequente riqueza da educação que, por isso, podemos dar e transmitir aos nossos filhos.

Assim, e como de facto durante a semana estamos pouco tempo com os miúdos, foi com “peso na consciência “ que saímos os dois!

Antes de sair de casa tinha sugerido aos meus filhos que aproveitassem a tarde para escrever um postal para, no dia seguinte, dar à Tia Ana, uma colega minha de trabalho, de quem eles gostam bastante, e que está com um cancro, numa fase bastante avançada, e que tem piorado nos últimos dias.

Apesar da sugestão, pensei que eles fossem ignorar o postal e passassem toda a tarde alegremente (sem os pais a aborrecer) a ver TV (que em Lisboa não têm!).

Regressados do retiro, no final do dia, renovados pelo que ali tínhamos vivido, chegamos a casa e constatamos que os nossos filhos tinham seguido a sugestão e escrito o postal, expressando a sua fé para as melhoras da tia Ana, dizendo-lhe que sabiam que a doença estava a avançar e que por isso rezariam por ela. O Afonso, que tem 13 anos, acrescentou, com total simplicidade: “ ...E Tia Ana, vou rezar muito para que não desista de lutar e para que não tenha medo, pois todos nós vamos passar essa porta para o Encontro com Jesus”.

Impressionada e comovida, apenas mostrei o postal ao meu marido dizendo: “ Vês Paulo, é para isto que eu vou aos retiros!”.
E, assim, o meu filho, apropriando-se da educação que lhe é transmitida, na sua ingenuidade e simplicidade de criança, educa-me também a mim, dando-me conta que, de facto, o que de melhor lhes posso dar é mesmo Jesus, renovando-se em mim a consciência da unidade e da certeza da vida eterna.
Com imensa gratidão pela nossa companhia,
Isabel, Lisboa