Se não vos tornardes como crianças...

Uma «história concreta é a chave da conceção cristã do homem, da sua moralidade, na sua relação com Deus, com a vida, com o mundo...

A semana passada fui com a minha filha Teresinha a uma consulta de oftalmologia e como chegámos cedo aguardámos vez na sala de espera. Como é hábito na Teresinha, sempre que alguém passava, ela metia-se com a pessoa e perguntava-lhe o nome. Às tantas perguntei-lhe porque é que ela queria sempre saber o nome das pessoas que se cruzavam com ela, e de forma espontânea, respondeu:

- Porque quero que sejam minhas amigas!

Então, lá lhe expliquei que não devíamos meter conversa com qualquer pessoa porque eram estranhos e que não podíamos ser amigos de toda a gente, e que devemos meter conversa com quem está mais próximo de nós, que sejam mesmo amigos ou familiares. E a Teresinha, pouco convencida com as minhas palavras, disse:

- Mas as pessoas ficam felizes!

E de facto constatei que, depois dela ter perguntado o nome a uma das funcionárias, quando aquela funcionária em particular voltou a passar por nós, a Teresinha virou-se para ela e exclamou:

- Olá Marisa!

E a Marisa fez um sorriso rasgado, respondeu com um Olá à Teresinha e continuou a sua tarefa de uma forma mais sorridente, como se tivesse ganhado o dia porque uma criança a chamou pelo nome. E fiquei mesmo impressionada como Jesus me ensinou a amar os outros de uma forma tão simples, através desta minha filha em particular.
Mónica, Setúbal