Excelência,
obrigado de coração, em nome de todo o movimento Comunhão e Libertação, por esta Santa Missa dedicada ao Servo de Deus padre Luigi Giussani, cujo vintênio da subida ao Céu se celebra este ano, e ao reconhecimento pontifício da nossa Fraternidade.

«Unidos em dar graças ao Senhor pelo que recebemos»1 – como o senhor nos disse no dia 9 de maio –, estamos felizes em poder comemorar esta data aqui na nossa amada catedral. O senhor bem sabe o quanto sempre estivemos ligados à Igreja ambrosiana: aqui se fincam as raízes da experiência de fé de Dom Giussani, e o Movimento é historicamente «fruto»2 desta tradição que o precede. Também por isso, fazemos questão de agradecer mais uma vez ao senhor e a todos os que na Diocese trabalharam e continuam a trabalhar com grande empenho para o prosseguimento da causa de beatificação.

Quando lhe pediam que explicasse a natureza profunda do Movimento, Giussani trazia à luz dois aspectos: «Que Cristo é o centro de tudo» e que não se pode «seguir Cristo e perceber Cristo e sermos fiéis a Cristo senão em conjunto».3 Como Vossa Excelência nos lembrou na homilia pronunciada na Epifania: «Os cristãos [...] estão juntos porque foram convocados pelo sinal da encarnação do Verbo de Deus». Por isso, disse-nos, «somos chamados a ser um só coração e uma só alma na única Igreja».4

Conscientes da responsabilidade a que somos chamados, entregamo-nos como filhos nas suas mãos, gratos e confiantes da sua paternidade, disponíveis – como o senhor nos pediu – a «[fazermos] da nossa vida um dom»5 e a colaborarmos com todos os cristãos na edificação do Reino de Deus, em todo e qualquer ambiente e condição em que somos chamados a viver.

Obrigado, Excelência!

_____________________________________
1 M. Delpini, “Dom Giussani. O fascínio do carisma”, 10 de maio de 2024, clonline.org.
2 L. Giussani, Il movimento di Comunione e Liberazione (1954-1986). Conversazioni con Robi Ronza, Bur, 2014, p. 237.
3 Encontro com Dom Luigi Giussani sobre a história do Movimento, 1978, in A. Savorana, Luigi Giussani. A sua vida, Coimbra: Tenacitas, 2017, p. 184; grifos nossos.
4 L. Rosoli, “Delpini: cristiani, non omologatevi ai pregiudizi e all’intolleranza”, Avvenire-Milano, 7 de janeiro de 2025.
5 A. Braccini, “Delpini: ‘Facciamo della nostra vita un dono e delle nostre cose un tesoro da condividere’”, 6 de janeiro de 2025, chiesadimilano.it.

O comunicado de imprensa enviado antes da Santa Missa contém a seguinte declaração de Prosperi:

Num aniversário tão significativo, não encontro forma melhor de expressar nossa gratidão senão retomando algumas palavras que, há vinte anos, o então cardeal Ratzinger pronunciou na catedral de Milão, ao celebrar o funeral de Dom Giussani. No início da sua homilia, o cardeal descreveu Dom Giussani como um homem que, «desde o início, [fora] tocado, aliás, ferido, pelo desejo de beleza» e que, não se contentando «com uma beleza qualquer», «encontrou Cristo», compreendendo assim que «o cristianismo é um encontro, uma história de amor, é um acontecimento». O acontecer desta “história de amor” revela-nos com cada vez mais clareza o sentido daquilo que Ratzinger disse, ainda na mesma ocasião: «O amor de padre Giussani por Cristo era também amor pela Igreja, e assim permaneceu sempre fiel seguidor, fiel ao Santo Padre, fiel aos seus bispos». Uma Igreja que para nós tem a forma concreta – como Dom Giussani gostava de dizer – de uma verdadeira amizade, de uma “companhia ao destino”, cuja unidade – damo-nos conta cada vez mais – é o primeiro caminho de salvação para nós mesmos e de missão para com todos.