Passos n.º 3 de 2024
Saiu a Revista Passos n.º 3 de 2024 (edição trimestral), com o título «A aventura de crescer»No comboio para Rimini, don Luigi Giussani conhece alguns jovens e verifica «que desconheciam totalmente a religião e o cristianismo». Esse episódio fez nascer em si «a “raiva” de que conhecessem, de que soubessem mais, de que fossem mais os que pudessem conhecer o que a mim me tinha sido dado». Mas conhecer o quê? «Que as pessoas entendam aquilo para que está feito o seu coração; que as pessoas entendam um pouco melhor o Destino para que foram criadas [...]. Tudo começou com o desejo que me animava de comunicar a outros, mais novos do que eu, a razão da minha alegria» (L. Giussani, Realidade e juventude. O desafio, Diel, Lisboa 2003, pp. 59-60).
Este número da Passos tem origem na paixão que don Giussani tinha de se comunicar aos mais novos. Que a educação é uma emergência – gravíssima, mais ainda porque negligenciada, se não mesmo culposamente ocultada – diz-se há anos. Menos vezes, porém, se fala da “paixão educativa”, ou seja, da relação que se desenvolve entre adultos e jovens, o dar e exigir liberdade recíproca, a comunicação da experiência feita acompanhada pelo convite a verificar se essa proposta corresponde.
«Introdução à realidade total», é o que chama ainda don Giussani à experiência educativa, e acrescenta: «É o testemunho da minha forma viva de me relacionar com a realidade». «Realidade total», «forma viva»: como sempre fez nas aulas do Berchet e da Universidade Católica, don Giussani ofereceu a sua chave interpretativa da realidade expondo-se ao risco do confronto, aliás, solicitando o diálogo e a crítica. A educação é uma presença de vida, é comunicação da verdade de si: uma postura que vai em contracorrente em relação à mentalidade comum, que muitas vezes reduz a questão às técnicas e às práticas que o educador se impõe. Pelo contrário, só a vida comunica a vida.
A idade mais complexa no percurso educativo é a juventude, e aqui encontramos o coração deste número da revista. O diálogo inicial entre Franco Nembrini e Matteo Severgnini dá-nos uma imagem de jovens frágeis e sem um sentido para a vida, e de adultos assustados, incapazes de assumir a sua tarefa. Neste panorama que parece sem esperança, o contributo que os dois interlocutores propõem é o convite a levar a sério a proposta de don Giussani. A experiência educativa é, antes de mais, um encontro, uma relação humana que se torna um caminho percorrido em conjunto.
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