Carrón. O despertar do humano
A fragilidade da existência e a “bolha” em que vivemos, seguidas da «irrupção imprevista e imprevisível da realidade, com a face do Coronavírus». Num e-book recém publicado, o responsável de CL descreve a grande possibilidade deste «tempo vertiginoso»"A situação que estamos a viver tornou-nos conscientes de que nestes anos vivemos, em certo sentido, como que numa bolha, que nos fazia sentir suficientemente protegidos dos golpes da vida. E assim seguimos em frente distraídos, fingindo que tudo estava sob o nosso controlo. Mas as circunstâncias reviraram os nossos planos e chamaram-nos bruscamente a responder, a levar a sério o nosso eu, a questionarmo-nos sobre a nossa
efetiva situação existencial. Nestes tempos, a realidade abalou a nossa rotina mais ou menos tranquila, assumindo o rosto ameaçador do Covid-19, um novo vírus, que provocou uma emergência de saúde pública internacional.
A realidade, da qual muitas vezes fugimos para poder respirar, devido à incapacidade de estarmos connosco mesmos, desta vez foi inclemente, obrigando a maioria de nós a ficar trancada em casa, a parar. E neste isolamento surge diante dos nossos olhos – talvez pela primeira vez de modo tão evidente e difundido – a nossa condição existencial"...
Saiu hoje, em formato e-book, O despertar do humano. Reflexões de um tempo vertiginoso, de Julián Carrón. Trata-se de um livro-entrevista, organizado por Alberto Savorana, em que, partindo da «irrupção imprevista e imprevisível da realidade, com o rosto do Coronavírus», o presidente da Fraternidade de CL descreve a grande possibilidade de redescoberta do humano que nos foi dada viver: da solidão ao silêncio, da partilha à amizade, passando pela consciência que temos de nós e do mundo.
Diante das perguntas que todos nos fazemos («Que sentido tem o que está a acontecer? O que nos diz a descoberta repentina de sermos tão frágeis? O que vence o medo?»), vem à tona todo o alcance da presença de Deus e da experiência cristã. E do testemunho: «Mais do que qualquer discurso reconfortante ou receita moral, aquilo de que precisamos é precisamente identificar pessoas em quem consigamos ver encarnada a experiência desta vitória, de um abraço que permite estar diante da ferida do sofrimento, da dor, em que é testemunhada a existência de um significado correspondente aos desafios da vida.».
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