«A ESTRADA BELA», NO PORTO

Encontrámo-nos com o P. Luis Miguel Hernández em Santa Apolónia para apanhar o comboio das 5 da tarde. Não era a primeira vez que eu e a Catas íamos ter com os nossos amigos do Porto. Mas desta vez éramos mais...
Inês Avelar Santos

Encontrámo-nos com o P. Luis Miguel Hernández em Santa Apolónia para apanhar o comboio das 5 da tarde. Não era a primeira vez que eu e a Catas íamos ter com os nossos amigos do Porto. Mas desta vez éramos mais (vieram também a Maddie e a Marta) e naquele sábado havia um motivo especial: a apresentação do filme «A Estrada Bela», por ocasião dos 60 anos do movimento. Tudo fruto do «enorme desejo de poder partilhar com todos a bênção que é viver na Certeza da companhia de Cristo na nossa vida», como se lê no convite enviado pelo Luís.
Antes de chegarmos, começámos a perceber que o gesto foi preparado com cuidado e empenho. A Joana, que nos deu boleia da estação, conta-nos que colaram cartazes em todas as paróquias do Porto e que esperava ver lá toda a família. A Joana mora em Gaia, mas foi durante um curto intercâmbio que fez há uns anos numa cidade perdida no interior dos EUA que encontrou o CL, através de uma amiga Italiana que também se encontrava ali a estudar. Esta amiga falava-lhe bastante do movimento, e oferecer-lhe uma Passos em Português foi quanto bastou para que a Joana não descansasse enquanto não encontrasse o movimento em Portugal.
Encontramo-nos para jantar com o Luís e a Alexandra, que moram no Porto desde que se casaram. Trazem as gémeas que, ao contrário da maior parte das raparigas de 11 anos, estão radiantes por acompanhar os pais e os amigos dos pais, e ansiosas por cumprir a tarefa da qual foram incumbidas: preparar a mesa da ceia que será servida depois da apresentação do filme.
Durante o jantar juntam-se a nós a Lidia, a Giacoma, a Federica e a Eleonora, que estão este ano no Porto a estudar arquitectura, e que generosamente nos recebem em sua casa nessa noite. Uma delas, a Eleonora, passou a noite a fazer biscotti para a ceia.
Vieram cerca de 30 pessoas. O filme, que não fala senão da mesma coisa do princípio ao fim, mostra vidas suficientemente distintas para que cada um de nós se tivesse identificado com uma em particular. Na conversa descontraída que se segue nota-se uma tranquila alegria, de quem viu algo impressionante, mas não totalmente novo. Também nós já começámos a percorrer esta estrada.
Ficámos ainda bastante tempo à conversa com quem conhecíamos, como os nossos amigos de Aveiro que também vieram, e com quem passámos a conhecer, como o Leo, um estudante das Filipinas que está a acabar o Mestrado de Química em Paris, e veio para o Porto durante um semestre.
O Leo já tinha estado no Porto no ano passado, também a estudar. Nessa altura conheceu o Ian, da República Checa, de quem ficou muito amigo. Falando com ele sobre a sua segunda estadia no Porto, o Leo diz-lhe que se sente sozinho agora que não o tem cá desta vez. Mas o Ian diz-lhe que a amizade de que ele sente falta pode ainda encontrá-la no Porto; e dá-lhe o contacto do Luís.
O Leo começou recentemente a fazer Escola de Comunidade e, quando lhe perguntámos porquê, respondeu tranquilamente: «Eu pensava que era a única pessoa no mundo que tinha perguntas sobre a vida, até que vos encontrei: agora não estou sozinho. É por isto que vou à Escola de Comunidade.»