O mestre e Margarida
"O Mestre e Margarida" é um romance revolucionário, onde Mikhail Bulgákov narra a fantástica chegada do diabo em plena Moscou comunista dos anos 1930. E satanás não está sozinho; em sua comitiva, há uma feiticeira nua, de "ardentes olhos fosforescentes", um homem de roupas apertadas e monóculo rachado, um gato preto de "proporções espantosas".
No texto o autor cruza três histórias com tom e colocação espaço-temporal radicalmente diferentes. O primeiro núcleo narrativo é constituído pelas aventuras de uma brigada de diabos na Moscou comunista e ateia dos anos 30. Parece que Bulgákov teve a primeira ideia do romance depois de ter assistido, pelas ruas de Moscou, dia 7 de janeiro de 1923 (dia do Natal ortodoxo), a uma estranha procissão na qual era celebrada uma nova festividade, o “Natal da Juventude Comunista”. O segundo núcleo – quase que em contraposição direta a essa violência, que não se contentava em blasfemar contra Deus, pois queria até excluí-lo da história – é justamente a história do processo de Cristo e da sua paixão contada como o relato de uma testemunha ocular excepcional, o próprio diabo. O terceiro núcleo é a narrativa do amor de Margarida pelo Mestre, um escritor que começou a escrever um romance histórico sobre esse tema e foi banido, chegando quase a enlouquecer e a queimar tudo o que havia escrito até então. Mas... graças ao amor de Margarida e à intervenção dos diabos, “os manuscritos não queimam” e, ao final de uma série de aventuras, nós temos a possibilidade de reler a história