Que coragem é preciso para sustentar a nossa esperança

O manifesto com juízo do Movimento Comunhão e Libertação em Portugal sobre a questão da eutanásia.

A atual discussão em torno da eutanásia é sintomática de uma perda do desejo de viver, bem mais difundida do que gostaríamos de admitir ou enfrentar. Um momento como este recorda-nos quanta coragem é necessária para sustentar a nossa esperança e a daqueles que têm os olhos postos em nós. Diante do sofrimento, as perguntas explodem: “Porquê eu? Como é possível aguentar isto? Se a vida é isto, valerá ainda a pena vivê-la?”.

Todos temos estas perguntas que gritam por um sentido, ainda que muitas vezes pareçam obscurecidas ou anestesiadas, como se aquilo que até há pouco era evidente deixasse de o ser, quer nos jovens muitas vezes sufocados pelo contexto em que vivem, quer em quem, preso a uma cama e à dor para a qual não vê nem fim nem finalidade, vê a realidade como obstáculo ao seu desejo de felicidade. Mas a eutanásia não soluciona este drama.

1. Diz um doente com ELA (esclerose lateral amiotrófica), também médico, numa entrevista: “Desculpe, mas acha
que há alguém que gostaria de viver assim? Na sua opinião, quando há dez anos entrava nas salas de cuidados intensivos e via pessoas entubadas, que viviam alimentadas por tubos e em condições precárias, o que acha que eu disse e pensei? Eu nunca, nunca quererei viver assim. Em vez disso, deixem-me morrer”. E acrescenta: “Mas a doença permitiu-me perceber como é belo pedir ajuda e, sobretudo, se nós, doentes, formos adequadamente assistidos, que não há doença que impeça a vida de ser um direito e de permanecer um dom de tal forma a ser vivido até ao fim”...

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