Biffi: uma “atração” chamada carisma

Stefano Andrini

Entrevista com o cardeal Giacomo Biffi

“A atração que o padre Giussani exercia sobre uma multidão de jovens e de adultos, de todos os segmentos culturais e de todos os cantos do mundo, é um mistério. Na linguagem sobrenatural, fala-se de carisma, ou de um dom concedido a ele em prol dos outros. Pela longa amizade que nos unia, o fato de ele agora nos deixar me entristece muito”.
Assim o cardeal Giacomo Biffi, arcebispo emérito de Bolonha, lembra a figura do fundador de Comunhão e Libertação. (...)

Como o ambiente do seminário de Venegono contribuiu para o desabrochar da personalidade de Giussani e para a sua típica vocação?
O seminário, pensado pelo cardeal Schuster seguindo o modelo das antigas abadias, tinha uma autonomia de vitalidade, com grande zelo pela liturgia, muita seriedade nos estudos, com uma busca muito livre do ponto de vista da ciência teológica. O contexto era favorável e todos nós sentíamos a alegria e o entusiasmo pela beleza onicompreensiva de Cristo e por uma realidade eclesial percebida como a síntese e a valorização de toda positividade humana autêntica. Essa era uma característica de Venegono, que depois encontrará amplo espaço na proposta de Giussani. (...).

Nesse contexto, o que é que se revelou como característico e próprio de Giussani?
Essa experiência de luz e de vida, que nos atraía a todos em pe. Giussani, foi logo acompanhada pela vontade de que outros participassem desse estado de alma, o que nos deixava muito gratificados. Pe. Giussani achava insuportável que outros não conseguissem participar dessa mesma alegria. E foi essa a atitude interior que o levou, primeiro, a fazer-se promotor de grupos no interior do próprio seminário e, depois, a deixar a cátedra de teologia, onde o sucedi, para se dedicar aos estudantes do Berchet. Não lhe interessava o magistério enquanto tal, mas a transmissão da verdade . (...)

A educação foi um tema constante em toda a sua ação. Por quê?
Numa época em que a cultura dominante via a relação dos adultos com os jovens expressa somente pela pergunta “o que vocês querem?”, Giussani questionava-os perguntando: “quem vocês são?”. Procurava levá-los a descobrir a verdade do seu ser, de modo que desta pudesse nascer uma opção de vida. Por isso, Giussani sempre teve uma preocupação educativa. E mais: nunca deixou de educar.

(Stefano Andrini, Jornal Avvenire, 23 de fevereiro de 2005)

Biffi: uma “atração” chamada carisma

Stefano Andrini

Entrevista com o cardeal Giacomo Biffi

“A atração que o padre Giussani exercia sobre uma multidão de jovens e de adultos, de todos os segmentos culturais e de todos os cantos do mundo, é um mistério. Na linguagem sobrenatural, fala-se de carisma, ou de um dom concedido a ele em prol dos outros. Pela longa amizade que nos unia, o fato de ele agora nos deixar me entristece muito”.
Assim o cardeal Giacomo Biffi, arcebispo emérito de Bolonha, lembra a figura do fundador de Comunhão e Libertação. (...)

Como o ambiente do seminário de Venegono contribuiu para o desabrochar da personalidade de Giussani e para a sua típica vocação?
O seminário, pensado pelo cardeal Schuster seguindo o modelo das antigas abadias, tinha uma autonomia de vitalidade, com grande zelo pela liturgia, muita seriedade nos estudos, com uma busca muito livre do ponto de vista da ciência teológica. O contexto era favorável e todos nós sentíamos a alegria e o entusiasmo pela beleza onicompreensiva de Cristo e por uma realidade eclesial percebida como a síntese e a valorização de toda positividade humana autêntica. Essa era uma característica de Venegono, que depois encontrará amplo espaço na proposta de Giussani. (...).

Nesse contexto, o que é que se revelou como característico e próprio de Giussani?
Essa experiência de luz e de vida, que nos atraía a todos em pe. Giussani, foi logo acompanhada pela vontade de que outros participassem desse estado de alma, o que nos deixava muito gratificados. Pe. Giussani achava insuportável que outros não conseguissem participar dessa mesma alegria. E foi essa a atitude interior que o levou, primeiro, a fazer-se promotor de grupos no interior do próprio seminário e, depois, a deixar a cátedra de teologia, onde o sucedi, para se dedicar aos estudantes do Berchet. Não lhe interessava o magistério enquanto tal, mas a transmissão da verdade . (...)

A educação foi um tema constante em toda a sua ação. Por quê?
Numa época em que a cultura dominante via a relação dos adultos com os jovens expressa somente pela pergunta “o que vocês querem?”, Giussani questionava-os perguntando: “quem vocês são?”. Procurava levá-los a descobrir a verdade do seu ser, de modo que desta pudesse nascer uma opção de vida. Por isso, Giussani sempre teve uma preocupação educativa. E mais: nunca deixou de educar.

(Stefano Andrini, Jornal Avvenire, 23 de fevereiro de 2005)