Rumo às periferias do mundo e da existência. O destino não deixou o homem só

MEETING DE RIMINI
O COMUNICADO FINAL E O TÍTULO DA XXXV EDIÇÃO (RIMINI, 24-30 AGOSTO 2014)

Foi concluída a XXXIV edição do Meeting pela amizade entre os povos (Rimini, 18-24 agosto 2013).

> O comunicado final do Meeting, 24 de agosto de 2013 (italiano)

>A mensagem de papa Francisco

>A intervenção (em italiano) de John Waters na conferência sobre o tema do Meeting «Emergência: o homem»

>A entrevista com Julián Carrón no Tg Meeting (20 de agosto)

Rumo às periferias do mundo e da existência.
O destino não deixou o homem só

O comunicado com o título da XXXV edição do Meeting pela amizade entre os povos que irá ocorrer em Rimini de 24 a 30 de agosto de 2014

«O homem permanece um mistério, irredutível a qualquer imagem que sobre isso se forme na sociedade e o poder econômico procure impor. Mistério de liberdade e de graça, de pobreza e de grandeza. […] Eis, então, a emergência-homem que o Meeting pela Amizade entre os Povos coloca este ano no centro da sua reflexão: a urgência de restituir o homem a si mesmo, à sua altíssima dignidade, à singularidade e preciosidade de toda a existência humana».

A mensagem do papa Francisco nos acompanhou durante toda a semana como juízo sobre a dramática situação do homem contemporâneo: «Somos pobres de amor, sedentos de verdade e justiça, mendicantes de Deus, como sabiamente o servo de Deus Dom Luigi Giussani sempre destacou»; e como indicação do caminho a percorrer: «Restituir o homem a si mesmo, à sua altíssima dignidade, à singularidade e preciosidade de toda a existência humana desde a concepção até o término natural. É preciso voltar a considerar a sacralidade do homem e ao mesmo tempo dizer com força que é somente no relacionamento com Deus, isto é, na descoberta e adesão à própria vocação, que o homem pode alcançar a sua verdadeira estatura».

«Penso nos jovens que lotam o grande auditório de Rimini e faço votos de que eles deem a contribuição que todos nós esperamos das gerações mais jovens para uma nova fase de desenvolvimento em todos os sentidos da Itália e da Europa», tinha dito o presidente Napolitano na videomensagem que inaugurou o Meeting. E concluía: «Eu creio que a emergência que vivemos […] é a de uma grave, grave forma de empobrecimento espiritual, cultural, de motivações humanas, de motivações não ligadas apenas ao imediato interesse material. Quem pode reagir a isso? Pode reagir a cultura, podem reagir certamente as instituições mais do que fazem. Podem reagir os sistemas educativos, pode reagir muito mais do que agora o sistema de informação e podem contribuir muito as grandes organizações sociais, incluindo aquelas inspiradas pela fé religiosa. Neste sentido, a contribuição que vem dos níveis mais altos da Igreja Católica é uma contribuição que só os cegos não podem ver».

Muitos que vieram ao Meeting ficaram marcados pela seriedade dos conteúdos propostos nos mais de 100 encontros, nas 5 grandes mostras, nas 7 exposições “Homens em ação”, ou então nos 23 espetáculos, na atenção de milhares de pessoas que não vieram a Rimini para participar de um rito de encerramento do verão, mas para buscar resposta à urgência do viver, à pergunta: como se faz para viver?

Estes dias foram uma ocasião para ir ao «encontro de todos, sem esperar que sejam os outros a nos procurar!». A infinidade de encontros pessoais e públicos mostraram quanto o Meeting não tenha medo do outro e da diversidade, qualquer que seja - religiosa, étnica, cultural, ideológica -, e como o seu objetivo seja aquele de encontrar qualquer pessoa, considerada como um bem para si. Isso é documentado pelas 800.000 presenças na feira, nos encontros, mas mostras e nos espetáculos: visitantes, relatores e hóspedes viveram o Meeting come se estivessem na própria casa, em um clima de respeito real por cada um e não daquela tolerância genérica e abstrata que deixa indiferentes uns aos outros.

«Aqueles que o conhecem participam», disse um relator; e um outro comentou: «Aqui eu fiz uma experiência nova, a de não parar nas dificuldades políticas e econômicas, mas de sair do bunker, abrir as janelas para ver as realidades que estão se movendo».

No início do Meeting o jornal Corriere della Sera tinha lembrado as palavra de padre Carrón de maio de 2012 sobre a alternativa entre a vida como testemunho ou como busca da hegemonia, convidando-nos a acompanhar a semana de Rimini porque «a frágil sociedade italiana tem necessidade de sujeitos que ajudem a recuperar os seus próprios valores e a recomeçar».

As pessoas que participaram do Meeting podem julgar se a experiência encontrada em Rimini foi à altura deste desafio ao testemunho.
O testemunho que nos oferecem todos aqueles cristãos que no mundo são perseguidos e mortos por causa da sua fé nos fez acolher o clamor do papa Francisco e lançar um «Apelo pelos cristãos perseguidos», que nestes dias coletou milhares de assinaturas - primeiro signatário o Presidente do Conselho Enrico Letta – e que continuará nos próximos meses, para propô-lo como ponto essencial do programa do próximo semestre da Presidência italiana no Conselho da União Europeia.

No encerramento do Meeting voltamos aos nossos países (mais de 70) e às nossas cidades com uma maior consciência da emergência do homem e com o desejo de oferecer a nossa experiência, sempre corrigível, certos de que o caminho para uma recuperação em todos os níveis é apenas em «um evento real na vida do homem» (Dom Giussani).
Queremos continuar a encontrar a todos, conscientes de que «até que não levemos Jesus aos homens teremos feito sempre muito pouco por eles» e que «o homem é o caminho da Igreja».

Por isso o título do XXXV Meeting pela amizade entre os povos, que ocorrerá em Rimini de 24 a 30 de agosto de 2014 é: «Rumo às periferias do mundo e da existência. O destino não deixou o homem só».

Rimini, 24 de agosto de 2013