Notas das palavras que padre Luigi Giussani dirigiu aos participantes do encontro de responsáveis dos universitários de Comunhão e Libertação

Luigi Giussani

A verdade, a beleza, o sabor da vida, e o amor, a capacidade de amor que o cristianismo tornou realidade no mundo, neste nosso mundo, esse fruto do ventre de Nossa Senhora que, inegável, pode por isso mesmo ser constatado cotidianamente: que tudo isso se concretize também numa satisfação, numa luz de verdade, num gosto por dedicar-se a essa bondade da vida, incomparável e sem precedentes - ou melhor, com uma única precedência: Cristo, Deus feito homem no seio da Virgem.
Rogo-lhes, portanto, que entrem também neste último aspecto do esforço que devem fazer para pertencer a Cristo e a sua Igreja: que fiquem atentos à objetividade do que é verdadeiro e belo, do que é novo, do que é amoroso, objetividade que acompanha a presença do cristão no mundo, sempre. Se, minimamente, o homem cristão adere a sua fé, carrega realmente essa novidade. A condição de vocês é ainda mais privilegiada, pois vocês foram chamados, foram chamados a contribuir com a sua boa vontade, como ajuda a seus colegas e a seus amigos.
Rogo-lhes, portanto, que tenham o cuidado, também concretamente, enquanto atitude, enquanto estado de espírito, de criar em toda a sua pessoa uma atenção, uma atenção feita de estima, uma atenção feita de afeição, uma capacidade de fidelidade às duas condições que, a meu ver, qualificam o benefício que se obtém de todo e qualquer abandono à nossa companhia - um abandono como aquele que ocasiões como esta asseguram.
A primeira condição a ser respeitada, segundo exigem a verdade e a beleza do que temos dito e a amorosidade da vida que brota do coração e segue até o extremo horizonte, é a unidade, a unidade entre nós na qual se afirma a autoridade - ou seja, o poder novo que entrou no mundo com Cristo e, portanto, com Sua Mãe, Virgem Mãe -: a unidade com quem serve de guia. Que cada um de vocês, ao falar, sinta esse peso, dulce pondus, esse doce peso de uma autoridade que nunca antes puderam imaginar.
E, em segundo lugar, que essa unidade corrobore e torne mais possível a fraternidade, o amor fraterno pronto a perdoar qualquer erro que cometam conosco, pronto a escutar qualquer alternativa que ainda possa ser sugerida pela angústia e pela incerteza dos outros, de modo que a fraternidade, o perdão e a escuta se tornem parte do clima deste estar juntos por Cristo.
Estimo que vocês compreendam os votos que procurei fazer, pois é desses votos que vem, em mim e, espero, também em vocês, uma grande paz no coração. Felicidades!

(La Thuile, 7 de setembro de 2003)